Roberto Marinho, que – com a idade de 61 anos, faixa etária em que tantos brasileiros estão se aposentando –, criou a TV Globo do Rio de Janeiro, núcleo inicial de uma rede que, quatro décadas mais tarde, iria cobrir 99,84% dos 5043 municípios brasileiros. No início de 2005, suas 113 emissoras, entre geradoras e afiliadas, dominavam 74% da audiência no horário nobre. Suas novelas e programas encantavam 60 milhões de telespectadores brasileiros e outros 70 milhões espalhados por 130 países. Corriam para a Rede Globo 75% do total de verbas publicitárias destinadas à mídia televisiva. Boa parte do restante ia para as cadeias de rádio Globo e para O Globo, o segundo jornal em circulação no Brasil. Dono de uma fortuna pessoal que, no momento de sua morte, em 6 de agosto de 2003, era estimada 1 bilhão de dólares, Roberto Marinho foi o empresário mais influente do país.
Linha do Tempo
Nasceu no Rio de Janeiro.
Filho do jornalista Irineu Marinho Coelho de Barros. Teve quatro filhos.
Irineu, pai de Roberto Marinho, trabalhou como revisor-substituto até conseguir ser promovido à redação da Gazeta de Notícias. Em 1911, deixou a Gazeta para fundar seu próprio jornal, A Noite.
Em 1924, Irineu Marinho viajou com sua família para tratar de sua saúde; de volta, encontrou o jornal A Noite cheio de problemas. Reuniu, então, todas as economias da família e criou um novo jornal: O Globo começou a circular no dia 29 de julho de 1925, com tiragem de 33.435 exemplares.
Após a morte de Irineu, Roberto Marinho recebeu de sua mãe a incumbência de dirigir o recém-lançado jornal O Globo. Ele recusou; só assumiu o comando do jornal quando adquiriu a experiência necessária.
Em 1965, tendo o jornal e a rádio inteiramente consolidados, Roberto Marinho, aos 61 anos, criou a TV Globo do Rio de Janeiro. Quatro décadas mais tarde, a Rede Globo cobriria 99,84% dos 5.043 municípios brasileiros. No início de 2005, suas 113 emissoras, entre geradoras e afiliadas, dominavam 74% da audiência no horário nobre.
Dono de uma fortuna pessoal que, no momento de sua morte, em 6 de agosto de 2003, foi calculada em um bilhão de dólares, Roberto Marinho foi o empresário mais influente do país.
Seus empreendimentos mais importantes foram
- Jornal O Globo;
- Rio Gráfica Editora;
- Rádio Globo, Rádio Eldorado, Rádio Mundial, Rádio Nacional de São Paulo e Rádio Excelsior;
- TV Globo e Rede Globo;
- Fundação Roberto Marinho;
- Projeto Jacarepaguá (Projac).
Ações
1931: Assume a direção de O Globo, jornal criado em 1925 pelo pai Irineu Marinho.
1937: Com a instalação do Estado Novo, seus problemas com a censura se agravaram. Não dava importância às tendências políticas de seus colaboradores, escolhendo-os apenas e tão somente pela eficiência. Protegia seus jornalistas, muitos deles militantes de esquerda.
1939: Funda a Rio Gráfica Editora, empresa dedicada à publicação de histórias em quadrinhos. Uma ideia importada por Marinho converteu-se na melhor fonte alternativa de recursos para pagar as contas de O Globo: a Rio Gráfica Editora, empresa fundada por ele em 1939, dedicava-se à publicação de histórias em quadrinhos.
1944: Compra a Rádio Transmissora, que operava no Rio de Janeiro a partir de uma frequência pertencente ao governo do Chile.
1944: Inaugura a Rádio Globo;
Roberto Marinho concordou em participar do Conselho Nacional de Imprensa – órgão criado pelo DIP, o Departamento de Imprensa e Propaganda –, liderado por Lourival Fontes. Nesse Conselho, teve vários entreveros. “O principal deles foi sua tentativa de se opor à intervenção no jornal O Estado de S. Paulo, em 1940”.
Sua atitude era mais ambígua em relação a Getúlio Vargas e, durante algum tempo, manteve proximidade com getulistas influentes. Para superar a concorrência, no final da década de 1960 Roberto Marinho chamou Walter Clark, então principal executivo da TV Rio, que “passara a ser considerado garoto prodígio da televisão brasileira pela forma como levantara os níveis de audiência e faturamento da TV Rio”.
Com carta branca, Walter Clark iniciou uma guinada na linha geral da programação da TV Globo, afastando-a da elite. Se no início da gestão de Walter Clark o nível da Globo caiu, a audiência subiu e, com ela, o faturamento publicitário. Para atrair mais leitores e, consequentemente, mais anunciantes para o jornal, Marinho não hesitava em investir em automóveis, lanchas e até aviões de pequeno porte para as reportagens. “Comprou uma segunda rotativa sem avisar Herbert Moses, seu homem de finanças, sempre preocupado em cortar despesas”.
Final da década de 1950: Adquire a Rádio Eldorado.
Roberto Marinho mantinha sua atenção sempre voltada para o que se fazia no exterior, em busca de ideias que produzissem lucros imediatos. Uma das ideias foi trazer para o Brasil, em 1952, a invenção norte-americana do Dia dos Pais: o jornal, as rádios e mais tarde a TV foram intensamente beneficiados pelo aumento de anúncios.
1965: Inauguração da TV Globo (em abril), da Rádio Nacional de São Paulo – mais tarde transformada em Rádio Globo –, e da Rádio Excelsior.
1966: Inauguração da Rádio Mundial.
1969: No dia 1º de setembro, vai ao ar o Jornal Nacional, o primeiro programa em rede nacional da TV brasileira.
1977: Inauguração da Fundação Roberto Marinho, idealizada pelo próprio Marinho. Entre outras ações educativas, a Fundação desenvolveria o Canal Futura.
A partir de 1985, o Sistema Globo de Rádio começou a gerar uma programação geral para sua rede de afiliadas. Em 1990, além das emissoras próprias, o Sistema reunia 50 afiliadas. No ano seguinte, foi inaugurada a CBN.
O Projac começou a ser idealizado na década de 1980, em virtude da grande quantidade de novelas e programas de TV que exigiam, cada vez mais, uma infraestrutura especial. O projeto se materializou em 1995, quando foi inaugurado em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Maior centro de produção audiovisual da América Latina, o Projac foi construído segundo o modelo dos grandes estúdios de Hollywood.
1985: É inaugurada a CBN – Central Brasileira de Notícias.
1990: No início da década de 1990, as Organizações Globo iniciam um grande processo de diversificação, abrangendo mídia impressa, TV a cabo e Internet. Os resultados são díspares.
1995: No dia 2 de outubro é inaugurado o maior centro de produção audiovisual da América Latina, o Projac, construído em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, segundo o modelo dos grandes estúdios de Hollywood. A grande quantidade de novelas e programas exigia uma infraestrutura especial como essa, que começou a ser idealizada nos anos 1980.
1998: A família Marinho lança, quase simultaneamente, o jornal Extra no Rio de Janeiro e a revista semanal Época em São Paulo.
2000: O Sistema Globo de Rádio entra na internet com a Rádio Click (www.radioclick.com.br), um portal com 24 estações virtuais, cada uma delas especializada em um gênero musical, além das demais estações convencionais do Sistema.