A iniciativa de Augusto Trajano de Azevedo Antunes – a mineração de manganês na Serra do Navio, no Amapá, que foi o primeiro projeto de grande porte bem-sucedido na Amazônia desde o fim do ciclo da borracha, no início do século XX – só seria comparável a Carajás ou à Hidrelétrica de Tucuruí criados 30 anos depois. Além da mineração de manganês no Amapá, Antunes dedicou-se ao ferro em Minas Gerais. E desenvolveu vários empreendimentos relacionados à agroindústria, ao papel e à siderurgia.
A Caemi – sua empresa holding – assemelhava-se a um país, com seus portos, ferrovias e cidades inteiras. Chegou a possuir 2,4 milhões de hectares. Uma das singularidades da carreira de Antunes foi associar-se a grandes empresas estrangeiras, sobretudo norte-americanas e japonesas, mantendo o controle dos empreendimentos, algo considerado impossível por muitos. Como pioneiro no aproveitamento do minério de ferro nacional – cujo controle é decisivo para o Brasil na competição internacional –, colaborou para o êxito de grandes empresas como a CSN e a Vale do Rio Doce (atual dona da MBR).