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Joao Gerdau

Num país em que muitas empresas desaparecem com a morte de seus fundadores, o Grupo Gerdau constitui um exemplo singular de continuidade. Quatro gerações sucessivas, fieis a uma mesma cultura empresarial, comandaram quatro ciclos de desenvolvimento. O ciclo de fundação estendeu-se desde 1901, quando o pioneiro Johannes Heinrich Kaspar Gerdau (João Gerdau) fundou a empresa, até sua morte em 1917. O segundo ciclo, de consolidação, comandado por seu filho, Hugo Gerdau, prosseguiu até o fim da Segunda Guerra Mundial. Assumiu  então o genro de Hugo, Curt Johannpeter, responsável pelo ciclo de expansão nacional. O quarto ciclo, iniciado na década de 1980 pelos herdeiros diretos de Curt Johannpeter, Jorge Gerdau Johannpeter e seus irmãos, transformou a Gerdau na mais internacional das empresas brasileiras.

Linha do Tempo

  • Nasceu em Altona-Elke, província de Holstein, no então reino da Prússia.
  • Teve quatro filhos.
  • Aos dezenove anos, em 1869, anos decidiu migrar para o Brasil. Ao chegar em Porto Alegre, a empresa em que iria trabalhar não existia mais. Foi então para Santo Ângelo, na margem esquerda do rio Jacuí.
  • João Gerdau adquiriu uma posse particular, na atual avenida Concórdia, em Agudo, e nela sediou sua residência e uma casa comercial, seu primeiro negócio.
  • Em 1883, abriu uma filial da casa comercial em Cachoeira. Começou a cuidar de loteamentos imobiliários. Fundou a João Gerdau & Cia. para lotear terras da gleba Várzea Agudo, propícia ao cultivo do arroz. Seus sócios eram o capitão Polycarpo Pereira de Carvalho e Silva e Antonio Peixoto de Oliveira.
  • João Gerdau comprou uma fábrica de pregos (1901) e uma de móveis (1907), ambas à beira da falência. Passou a fábrica de pregos para o controle do filho Hugo; a de móveis, ao filho Walter.
  • A família Gerdau soube manter e ampliar seus negócios por quatro gerações. Seus empreendimentos incluem o comércio, a agricultura, o setor imobiliário, a indústria (pregos, móveis, fósforos e fogões) e a siderurgia. A gestão da quarta geração, iniciada na década de 1980, transformou a Gerdau em uma das empresas brasileiras mais internacionalizadas.
  • Os principais empreendimentos da família Gerdau:
  • Gerdau & Naschold, sociedade em Porto Alegre;
  • João Gerdau & Filho, com frente para os trilhos da Viação Férrea e fundos para o rio Guaíba, onde possuía trapiche próprio para embarque e desembarque de mercadorias;
  • Thonart Móveis Vergados, em Porto Alegre, de Walter Gerdau;
  • Cia. Geral das Indústrias, organizada por Hugo Gerdau;
  • Siderúrgica Riograndense S.A.;
  • Indústria de Arames São Judas Tadeu;
  • Siderúrgica Açonorte, em Recife;
  • Cosigua, no Rio de Janeiro;
  • Escritório da Comercial Gerdau, em São Paulo;
  • Siderúrgica Guaíra, no Paraná;
  • Companhia Siderúrgica de Alagoas;
  • Siderúrgica Cearense, em Maracanaú (CE);
  • Siderúrgica Laisa, no Uruguai;
  • Usina Siderúrgica Paranaense, em Contagem (MG);
  • Companhia Brasileira de Ferro – CBF, no Espírito Santo;
  • Companhia Siderúrgica Pains, em Divinópolis (MG);
  • Açominas, em Ouro Branco (MG);
  • Cimetal, em Barão de Cocais (MG);
  • Usina Siderúrgica da Bahia – Usiba, no distrito industrial de Aratu.

Ações

1901: João Gerdau adquire uma fábrica de pregos à beira da falência, a Cia. Fábrica de Pregos Pontas de Paris, e entrega a sua administração ao filho Hugo. A fábrica passa a se chamar João Gerdau & Filho. O arame, matéria-prima, vem da Alemanha; os pregos produzidos abastecem o mercado da região Sul.

1907: Compra a sede, as instalações e o maquinário de uma fábrica de móveis falida; seu filho Walter consegue alavancar a empresa por meio da introdução de uma técnica que aprendera na Áustria – o uso de vapor para a produção de móveis vergados –, desenvolvida por Michael Thonet.

1914: Companhia Geral de Indústrias, organizada por Hugo Gerdau.
Década de 1930: Inauguração da filial da João Gerdau & Filho em Passo Fundo.

Curt Johannpeter, genro de Hugo Gerdau, tem planos de evoluir da metalurgia para a siderurgia. Em 1948, compra a única indústria desse ramo na região Sul, a Usina Riograndense S.A., em Porto Alegre. Com a compra da usina, assegura o fornecimento de arames para a sua fábrica de pregos, livrando-se da dependência de produtos da Cia. Belgo-Mineira, única grande produtora nacional. A necessidade de fundos para realizar reformas técnicas e administrativas, porém, obriga-o a hipotecar sua residência pessoal. Mas seus esforços atingem o êxito: as pequenas usinas siderúrgicas operadas com sucata, lançadas no Brasil por Johannpeter, seriam largamente testadas e aprovadas, posteriormente, em países da Europa e nos Estados Unidos.

1967: Indústria de Arames São Judas Tadeu, na cidade de São Paulo.

1969: Siderúrgica Açonorte, em Recife.
Década de 1970: Cosigua, no distrito industrial de Santa Cruz, junto à baía de Sapetiba, no Rio de Janeiro.

1971: Inauguração do Escritório da Comercial Gerdau, em São Paulo.

1972: Siderúrgica Guaíra, no Paraná.

1974: Cia. Siderúrgica de Alagoas.

1981: Siderúrgica Cearense, em Maracanaú, no Ceará.
10 de dezembro de 1981: A data marca o início da internacionalização do Grupo, com a compra da Siderúrgica Laisa no Uruguai.

1986: Usina Siderúrgica Paranaense, em Contagem, Minas Gerais.

1988: Cimetal, em Barão de Cocais, Minas Gerais.

1990: Usina Siderúrgica da Bahia – Usiba, no distrito industrial de Aratu.

1994: Companhia Brasileira de Ferro – CBF, em Viana, no Espírito Santo.

1994: Companhia Siderúrgica Pains, em Divinópolis, Minas Gerais.

1997: Açominas, em Ouro Branco, Minas Gerais.

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