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Profundamente inovador na administração de suas indústrias e líder inconteste das organizações patronais, Roberto Simonsen tornou-se o símbolo do empresário esclarecido. Foi pioneiro da construção civil em moldes modernos, teve presença marcante em setores tão diversos como o dos frigoríficos e dos produtos cerâmicos, destacou-se, ainda, como pensador e porta-voz dos industriais no grande debate da economia brasileira. A sua obra História Econômica do Brasil é considerada um clássico brasileiro.

Linha do Tempo

  • Nasceu em Santos, São Paulo.
  • Seu pai, Sidney Simonsen, nascido em Londres, veio ao Brasil quando tinha 25 anos, para ser gerente do Banco Inglês.
  • Em 1904, começou a cursar a Escola Politécnica. Em 1909, começou a trabalhar como engenheiro da Southern Brazil Railway. Assumiu a Diretoria Geral de Obras da prefeitura de Santos e tornou-se engenheiro-chefe da Comissão de Melhoramentos do Município.
  • Em 1912, aos 24 anos, lançou com um grupo de investidores a Companhia Construtora de Santos, que prosperou rapidamente.
  • Em 1921, sua empresa assinou o primeiro contrato com o governo federal, referente à construção dos quartéis de Pirassununga (SP), Campo Grande (MS) e Joinville (SC). Nos meses seguintes, foram assinados contratos referentes a outros quartéis. As obras foram entregues no prazo acordado, com qualidade inquestionável.
  • Em 1923, Simonsen comprou a Cerâmica São Caetano, fabricante de telhas, ladrilhos e tijolos refratários. Ele transformou a São Caetano na maior empresa de cerâmica de sua época e na mais respeitada, pela qualidade de seus produtos.
  • Em 1933, em São Paulo, fundou a Escola Livre de Sociologia e Política. Essa escola superior nasceu com o propósito de ser um centro de estudos voltados à compreensão do Brasil.
  • Nos anos 1940, período em que presidia a FIESP, foi um dos idealizadores do SENAI.

Empreendimentos importantes

  • Vila Belmiro;
  • Frigorífico de Santos;
  • Jazida de argila taguá Buracão da Cerâmica;
  • Quartéis: Quitaúna (SP), Caxias (RJ), Três Corações (MG), Santo Ângelo (RS), Santa Maria (RS), São Borja (RS) e Aquidauana (MS);
  • Divisão de Refratários da Cerâmica São Caetano;
  • Obras urbanas: bondes, água, luz, esgoto, pavimentação, recalçamento.

Ações

Matadouro e frigorífico em Santos. Sempre preocupado com as questões técnicas, Simonsen adquiriu grandes jazidas de argila taguá e contratou, com o objetivo de encontrar argilas de melhor qualidade, o serviço de geólogos. Por meio da Companhia Santista de Habitações Econômicas, construiu casas populares, de baixo custo, para os operários de Santos. Mas foram pessoas de classe média que acabaram comprando os imóveis, pois os operários não possuíam poder de compra suficiente.

O impulso para valorizar socialmente o “homem de negócios” ficou patente em 1928, quando uma cisão interna na Associação Comercial de São Paulo resultou na fundação, por parte dos industriais, de uma organização própria: o CIESP. Figuravam na primeira diretoria homens que se distinguiam não só por seus feitos industriais como pela sua sólida formação intelectual, como Simonsen e Horácio Lafer.

A Escola Livre de Sociologia e Política nasceu em 1933 por iniciativa de Simonsen, com a proposta de ser um centro de estudos voltados para a compreensão do Brasil. Simonsen teve a ajuda de Assis Chateaubriand, que levantou fundos junto a jornalistas e personalidades. 1942: Inauguração da divisão de refratários da Cerâmica São Caetano, para atender à demanda da Companhia Nacional de Fiação e Tecelagem de São Paulo.

Em 1929, aos 66 anos, iniciou nova carreira como alto funcionário do Estado. Dentre outras iniciativas, contribuiu para a elaboração de várias leis trabalhistas, inclusive aquela que regulou a sindicalização.

Ativo na liderança de organizações patronais desde os 37 anos, foi um dos fundadores, em 1928, do CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Foi pioneiro na abertura do diálogo entre sindicatos e industriais; tradicionalmente, os industriais e a polícia desconfiavam de qualquer organização sindical, devido às ligações anarquistas de muitos operários.

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